Saiba como as marcas podem se preparar para o futuro do trabalho
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O mundo corporativo vem passando por uma série de mudanças, nos últimos anos, trazidas, em grande parte, pelas empresas que ganharam o Vale do Silício e difundiram a cultura de startup. Aos poucos, operações gamificadas, dress code informal, escritórios com jogos e decorações divertidas foram inseridos nas dinâmicas de organizações que passaram a orientar seus modelos de negócios para o futuro do trabalho: a inovação.
Recentemente, com a pandemia, os gestores precisaram incorporar, às pressas, novas dinâmicas de trabalho, e as adaptações não se limitaram ao home office ou projetos de interiores dos escritórios. A transformação digital lançou luz sobre a importância das habilidades interpessoais e da humanização no ambiente corporativo. Para entender o que nos espera e se preparar, confira alguns insights que reunimos neste artigo!
Nem tudo está na conta da Covid-19
É verdade que a crise do coronavírus transformou as dinâmicas de trabalho e relacionamento no mundo todo. Mas nem todas as mudanças podem ser atribuídas a isso. Especialistas já vinham alertando as empresas para a necessidade de adotarem uma cultura voltada para pessoas, além de repensarem seus processos para o universo digital, o que exige redimensionar o ambiente de trabalho, bem como todas as formas de interação da empresa com os seus stakeholders.
A chegada da geração Z ao mercado corporativo também tem provocado rearranjos na cultura de muitas empresas. Esses jovens buscam ambientes hiperconectados e diversos, além de vislumbrarem caminhos mais colaborativos para a liderança. E isso traz mudanças tanto para o treinamento dos gestores quanto para suas posturas nos espaços de trabalho.
Para Iidar com tantas exigências, é fundamental que as empresas tenham uma estratégia de marca consistente, capaz de conectar as pessoas e comunicar seus valores em todos os pontos de contato. Segundo o futurista Tiago Mattos, quando as pessoas não podem se deslocar para se encontrar, o protocolo de conexão entre elas passa a ser o pertencimento.
O que nos aguarda no futuro do trabalho
As mudanças comportamentais decorrentes da pandemia e da transformação digital implementada em velocidade recorde nos dão algumas pistas sobre o que vem por aí no âmbito do trabalho. Veja alguns exemplos:
Ambientes comunitários
A mentalidade, aos poucos, muda da “posse” para o “acesso”, e algumas empresas têm aplicado esse pensamento também para reimaginar suas rotinas corporativas. Em junho, a XP Investimentos enviou aos seus funcionários o e-book “XP de Qualquer Lugar”, no qual oferecia seu posicionamento sobre o futuro do trabalho na empresa e sugeria a possibilidade de mudar sua sede para a cidade de São Roque, nos arredores de São Paulo.
Além de projetar uma nova rotina para os funcionários, a empresa está trabalhando na proposta de transformar os escritórios atuais em escritórios-conceito, que sirvam de apoio para demandas específicas: treinamento, dinâmicas presenciais e recepção de clientes e parceiros, sendo usados por diversas pessoas de formas distintas e em horários diferentes.
Também alinhada com essa nova proposta de ocupação do escritório — que alguns têm chamado de “hot desking” — a empresa neozelandesa de design Gustav Concept lançou um kit portátil que ajuda o colaborador a montar rapidamente seu espaço de trabalho. Ele inclui um suporte ergonômico para notebook, suporte para canetas e um painel organizador.
Menor densidade de colaboradores
O efeito mais imediato da pandemia são as adaptações necessárias para manter o distanciamento seguro entre as pessoas nos espaços de trabalho. Por isso, algumas empresas têm reconfigurado o layout dos seus escritórios, visando a reduzir a capacidade de ocupação e permitir maior ventilação no ambiente.
Soluções criativas e práticas ajudam a manter essa distância. Em entrevista ao jornal Estado de Minas, a arquiteta Liana Tessler Szyflinger contou que, para as salas de reuniões, ela tem criado mesas em “U”, que impõem uma distância de dois metros.
Inspirada pelos kits de construção Playplax (famosos nos anos 60), a designer Zahava Elenburg produziu uma divisória de acrílico modular que “transforma” mesas em espaços individuais de trabalho. Os kits já estão à venda e destinam parte dos lucros a organizações que estão ajudando a reparar os danos causados pelos incêndios na Austrália.
Foco no bem-estar e na segurança
Se os escritórios já estavam começando a se reconfigurar para criar um ambiente que favorecesse a convivência entre as pessoas, com os novos protocolos de limpeza trazidos pela pandemia, eles tendem a incorporar dispositivos e práticas que proporcionem uma sensação ainda maior de aconchego, mas sem dispensar as normas de segurança.
“As pessoas só se sentirão confortáveis para retornar ao ambiente de trabalho se ele proporcionar um senso de segurança e uma válvula de escape para o mundo lá fora”, afirmou o designer Clayton Whitman para a revista Work Design.
Antes mesmo da crise do coronavírus, a Pande já projetava ambientes corporativos capazes de proporcionar uma sensação de leveza e inspirar os colaboradores, sem deixar a funcionalidade de lado. Um bom exemplo foi realizado na sede administrativa da Bunge — uma empresa de agronegócio, alimentos e bioenergia —, onde utilizamos cores, formas e frases divertidas, que remetem às principais marcas do grupo. E para surpreender ainda mais os colaboradores, fizemos toda a “reforma” dos ambientes em um fim de semana!
A pandemia acelerou a incorporação de tendências previstas para o futuro do trabalho e exigiu adaptações. Mas para além do momento atual, o fato é que, cada vez mais, as empresas entendem que, para inovar, gerar valor e tirar o máximo proveito dos recursos trazidos pela tecnologia, é preciso inserir as pessoas no centro de suas mudanças e decisões. E sua marca, já está preparada para encarar os novos desafios e oportunidades?
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