Mercado sênior: como a terceira idade está participando do cenário de consumo?

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Acredite: a sua definição de idoso pode estar muito ultrapassada. O mundo muda em um ritmo acelerado, a população mundial fica mais velha e, ao contrário do que muita gente pensa, a terceira idade está cada vez mais ativa, produtiva e conectada. Não à toa, o mercado sênior vem sendo um dos temas mais comentados quando o assunto é tendências.

Só para ter uma ideia, existem hoje mais de 30 milhões de brasileiros na faixa etária acima de 60 anos, o que equivale a 13,5% da população. E as estimativas do IBGE apontam que, nos próximos 30 anos, esse número vai mais que dobrar – ou seja, a quantidade de idosos no Brasil deve chegar a 29,3% até 2050. 

Porém, ao que tudo indica, as marcas não estão acompanhando essa transformação. Segundo a empresa de pesquisa digital, MindMiners, os consumidores maduros (com mais de 50 anos), não se sentem atendidos em relação aos produtos e serviços disponíveis no mercado – e uma das explicações pode estar na forma como as organizações entendem o comportamento desse público. 

Ok. Então quais são as características dos consumidores da terceira idade?

Bem, de início já podemos derrubar uma concepção errada: a de que os mais velhos não acompanham as transformações tecnológicas. Um estudo feito pela FGV/EAESP concluiu que 7 em cada 10 empresas no Brasil ainda acreditam nisso. Mas, na verdade, a população idosa vem marcando forte presença no ambiente digital e só entre 2016 e 2017, o crescimento do uso da internet por pessoas acima de 60 anos foi de 31%.  

E as surpresas não param por aí. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, 70% das pessoas com mais de 60 anos já fizeram compras on-line e 23,9% já usaram seus smartphones para adquirir produtos.

Portanto, se a sua imagem de consumidor da terceira idade era aquele senhor ou senhora com uma sacola cheia de moedas e que ainda prefere fazer tudo analogicamente, é melhor começar a adotar uma percepção mais adequada à realidade do mercado sênior. Com isso, pensar em estratégias e campanhas virtuais exclusivas para chamar a atenção desse público é fundamental.

A melhor idade… para consumir

Vários idosos costumam ter recursos financeiros, disposição e tempo suficiente para gastar.  Combinando isso com um acesso maior à tecnologia, o resultado é uma geração conectada com um potencial enorme.

Um relatório divulgado pelo Google – com números e insights sobre os seniores no Brasil – mostrou que o ticket médio da terceira idade no e-commerce chega a ser 28% maior do que a média geral. Só na Black Friday de 2018, as pessoas com mais de 55 anos compraram 1,4 vezes mais celulares do que o pessoal entre 18 e 54 anos. Quem diria, não é mesmo? 

Outra característica importante apareceu em uma pesquisa da Tetra Pak: consumidores idosos são muito leais. Quando eles encontram uma marca satisfatória, 30% não costumam experimentar outras. Enquanto isso, as gerações mais novas geralmente buscam opções menos caras ou que ganharam bastante destaque após o lançamento.

Design para o mercado sênior

Como em qualquer cenário de transformação, as marcas enfrentam desafios complexos. Mas a presença forte da terceira idade no mercado consumidor moderno deve incentivar empresas a considerarem com cuidado as demandas que caracterizam esse público. 

Para os designers de embalagens, especificamente, cores e fontes que sejam legíveis e claras devem marcar presença nas estratégias em prol da acessibilidade. Da mesma forma, é preciso considerar os materiais utilizados na produção da embalagem (um material mais aderente em frascos para banho pode ser uma vantagem para a terceira idade, por exemplo). 

A experiência do consumidor idoso também é bem importante. Se uma lata de doce de leite vem com um anel que permite a abertura fácil da tampa ou se um pacote não precisa ser cortado para que a pessoa tenha acesso ao café, a relação com o produto e com a marca fica muito melhor.

Está na hora de as marcas colocarem a terceira idade no centro de suas ações e passarem a se comunicar mais diretamente com o mercado sênior. Só assim será possível oferecer soluções que realmente façam sentido e considerem as necessidades e valores desses consumidores.

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