Consumo consciente: a tendência que veio para ficar

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Você já pesquisou sobre uma marca antes de comprar seus produtos ou serviços? É bem provável que sim, não é mesmo? Mas além de analisar a reputação da empresa e as recomendações de quem já consumiu dela, você procurou saber sobre seus valores e posicionamentos?

Esse é um hábito cada vez mais comuns entre as pessoas. E ele ganhou, inclusive, um nome que você deve conhecer: o consumo consciente. Por trás desse termo está a ideia de que certos hábitos de compra podem impactar, de forma positiva ou negativa, a sociedade, a economia e a natureza – e isso vem levando muita gente a rever seus comportamentos e reconsiderar as marcas das quais compram.

Quer um exemplo? Certamente você já deve ter notado que, dos últimos anos para cá, mais pessoas estão se tornando adeptas ao veganismo. Entre os principais motivos dessa mudança de hábito estão a importância da sustentabilidade e a luta pela causa dos animais. Ou seja: o veganismo (que está longe de ser apenas um fenômeno passageiro) tem tudo a ver com consumo consciente.

Esse tipo de comportamento responsável já é uma grande tendência nos dias de hoje. O público está mais engajado em causas éticas, sociais e ambientais, e está mudando suas rotinas de consumo em função dos impactos que certos produtos, serviços e marcas podem gerar no mundo. Não só na alimentação, mas também nas roupas que compram, nos produtos que escolhem e nos serviços que usam.

“Minha carteira é meu voto!”

Conhece a frase do subtítulo acima? A ideia é exatamente essa! Cidadãos (e não apenas consumidores passivos) usando seu poder financeiro para escolher quais marcas eles querem que permaneçam existindo. Com isso, questões éticas, sociais, ambientais, políticas e culturais são priorizadas e o consumo torna-se, enfim, consciente.

Detalhe importante: estamos falando de cidadãos que dão bastante valor ao engajamento em causas e costumam pesquisar sobre os comportamentos das marcas antes de tomar suas decisões. Para quem adota o consumo consciente, a responsabilidade ambiental, as relações de trabalho dentro da empresa e o posicionamento frente a assuntos como inclusão social, discriminação racial e feminismo são pontos decisivos na hora de optar por uma marca ou outra.

Mas existe mesmo o tal do consumo consciente?

Algumas pessoas costumam dizer que, apesar de todas as boas intenções, o consumo consciente não é algo que realmente está em voga. Segundo esse ponto de vista, o público é mais influenciado por fatores como o preço do produto e a popularidade da marca no momento de compra do que pelos bons comportamentos da organização.

Não dá para negar que há um fundo de verdade nisso. Por exemplo: se perguntarmos para um grupo de pessoas quem concorda com a atitude de empregar funcionários em condições análogas à escravidão, é provável que a maioria diga que é contra. Na prática, porém, isso não significa que as pessoas vão parar de comprar em empresas com um histórico ruim nesse sentido.

Independentemente das consequências sofridas ou não por determinados setores do mercado, não dá para negar que o consumo consciente é uma tendência. Há um número crescente de pessoas (especialmente as novas gerações) se importando com questões éticas, sociais e ambientais. Para as marcas, isso significa que existe uma lógica de consumo que vem ganhando poder nos últimos anos e que ficará ainda mais forte.

Como se posicionar nessa nova realidade de mercado?

Quer quer se manter competitivo deve ter em mente que o público espera mais das empresas. Bem mais. Por isso, elas devem fazer algo positivo pela sociedade como um todo, pelos consumidores e pelos próprios funcionários que trabalham no negócio. Devem se posicionar e lutar por aquilo que está mais alinhado a seus valores.

E há grandes exemplos que mostram como a importância da transparência e a necessidade de defender causas se tornaram requisitos fundamentais para as marcas que querem se destacar no mercado. Desde a embalagem de água AMA (que reverte 100% do seu lucro para projetos que levam água para a casa de várias famílias do semi-árido nordestino) até a campanha do Burger King para que as pessoas não abrissem mão do direito de escolha durante as eleições de 2018, e ainda o convite d’O Boticário ao músico Gabriel, o Pensador para atualizar o hit “Lôraburra” com um viés bem mais feminista.


No consumo consciente, as pessoas estão interessadas em saber se os comportamentos das empresas e os processos de produção são condizentes com suas visões de mundo. Logo, as organizações que não se comprometerem com as questões éticas e socioambientais tenderão a perder cada vez mais espaço no atual cenário de consumo. Não há motivo para dúvidas: a lógica de produção está se reconfigurando. E o grande ponto é que isso não é uma questão momentânea, mas uma tendência que veio para ficar.

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