Sonic branding: como se posicionar na nova era do áudio?
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Estamos revivendo a era da valorização do áudio. Sim! Em pleno auge dos televisores 4K e dos smartphones com câmeras superpotentes, quem arriscaria dizer que 2019 seria o ano de ouro dos podcasts? Quem apostaria que o mercado de audiobooks estaria crescendo em vários países e que cada vez mais pessoas utilizariam assistentes de voz? Pois é, nunca foi tão fácil criar e compartilhar imagens em alta qualidade, e, mesmo assim, são os formatos sonoros que vêm ganhando destaque. Nesse cenário, uma estratégia está fazendo cada vez mais sentido para as marcas: o sonic branding.
Com tantos conteúdos sendo consumidos via áudio, possuir uma identidade sonora tornou-se importante para o repertório de um negócio. Tudo bem, os jingles sempre estiveram aí para provar que esse nunca foi um aspecto negligenciado pelas empresas. A diferença é que, agora, com a popularidade dos formatos escutáveis e dos assistentes de voz, adotar uma estratégia de sonic branding voltou para a pauta das organizações.
Como a sua marca quer ser vista — ou melhor, ouvida?
Ter um logo sonoro, que represente os valores, os diferenciais e a identidade do negócio, pode ser tão eficiente quanto um logo visual. Ele vai ser bastante útil, por exemplo, na hora de se conectar com o público que está consumindo conteúdos on-line (seja em áudio ou vídeo), podendo ser inserido na abertura ou encerramento de um podcast, durante live streams em redes sociais ou em qualquer outro meio de comunicação com som.
A ideia por trás do sonic branding é expandir os elementos de identificação de uma marca para o formato sonoro, o que pode ser bastante desafiador. Afinal, traduzir os valores de um negócio em poucas notas musicais e garantir que o público vai associar o conteúdo a sua empresa não é fácil, mas pode ter um resultado recompensador.
De acordo com pesquisas, as pessoas levam em torno de 0.146 segundos para reagir a determinado som e experimentam emoções de maneira praticamente automática quando escutam alguma melodia. Por isso, criar elementos sonoros é uma ótima forma de transmitir atributos da sua marca para o público e estabelecer uma conexão mais profunda com ele. Pode acreditar: em muitos casos, o som consegue ser um gatilho emocional bem melhor do que a imagem (ou você nunca reparou que um filme de terror fica menos assustador quando o volume está desligado?).
As vantagens do sonic branding
Uma estratégia desse tipo pode ser bastante útil a uma marca e, para citar alguns motivos, aqui vai uma lista com cinco benefícios do sonic branding, segundo o portal Branding Strategy Insider:
- Cria uma identidade de marca mais memorável e distinta — Afinal, um logo sonoro é um elemento de rápida identificação, o que é ótimo para a memória (não é mesmo Intel e Netflix?).
- Amplifica os canais de contato de uma marca — Conteúdos em áudio são versáteis e podem ser utilizados tanto em ambientes on-line (podcasts, vídeos) quanto off-line (pontos de venda, estandes em eventos).
- Impacta o estado de espírito das pessoas — Sons transmitem sentimentos e evocam memórias com grande facilidade. Qual emoção a sua marca quer passar?
- Pode ser responsável por uma compra — Um estudo indicou que o número de notas na melodia de um logo sonoro é capaz de incentivar uma pessoa a adquirir um produto.
- Aumenta a confiança na marca — Elementos de identidade distintos trazem familiaridade e confiabilidade para uma empresa.
Sonic branding na prática
Em 2019, a Mastercard lançou sua primeira identidade sonora, que além de ser reproduzida nas campanhas e conteúdos da marca, também foi pensada para ser tocada toda vez que uma compra é feita. Um dos motivos que a levaram a investir em uma estratégia de sonic branding foi o aumento nas compras feitas por assistentes de voz, que deve atingir U$40 bilhões até 2022.
Recentemente, quem também lançou sua primeira assinatura sonora foi a Volkswagen. Junto à divulgação de uma nova identidade visual — já pensando na era da eletrificação —, a marca revelou a melodia que será utilizada em suas plataformas de comunicação.
Fala que eu… relaxo
Não é apenas por meio de logotipos sonoros que as marcas participam da nova era do áudio. Uma estratégia de sonic branding pode envolver campanhas, eventos e outras ações que se destacam junto ao público. Até mesmo o ASMR é uma opção! Esse tipo de conteúdo, que se tornou fenômeno no Youtube nos últimos tempos, é feito com o objetivo de estimular gatilhos sonoros e visuais que provocam relaxamento. Sussurros, sons de objetos e batidas de unha, por exemplo, são capazes de gerar uma “resposta meridional sensorial autônoma” (Autonomous Sensory Meridian Response — ou ASMR, em inglês), que nada mais é do que uma sensação agradável em quem assiste aos vídeos.
A Serasa Consumidor, empresa de análise de informações para decisões de crédito, entrou nessa onda e lançou um vídeo de 1h rasgando boletos em ASMR — segundo ela, uma referência ao “relaxamento” gerado ao rasgar um boleto pago. Curioso, não é?
Para as marcas, esse tipo de conteúdo não representa apenas um novo formato com potencial para conquistar consumidores. Segundo este artigo do site J. Walter Thompson Intelligence, o crescimento do ASMR está impactando o jeito como os negócios se comunicam como um todo. O professor da Shenandoah University, Craig Richard, acredita que essa tendência mostrou, por exemplo, que as pessoas querem menos estresse e confusão nos conteúdos que consomem e mais relaxamento e tranquilidade. Por isso, algumas empresas estão investindo em melodias mais calmas e menos barulhentas na hora de se comunicar com seus públicos.
Independentemente de qual estratégia de sonic branding faz mais sentido para a sua marca, o fundamental é entender que estamos vivendo uma época de valorização do áudio. A popularidade dos podcasts e dos assistentes de voz são apenas alguns exemplos disso, e servem como indicativos da importância de prestar atenção nessa (não tão nova) tendência.
Gostou do artigo? Continue aprofundando seus conhecimentos e descubra como colocar os diferenciais de uma marca no foco da estratégia!