eSports: chegou a hora das marcas entrarem no jogo?

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Os videogames deixaram de ser o assunto preferido apenas entre as crianças e os adolescentes. De uns tempos para cá, eles começaram a chamar atenção de muito mais gente – e aqui podemos incluir até mesmo as marcas. O que não é para menos. Esse é um mercado avaliado em mais U$150 bilhões e que deixou o ramo do entretenimento para chegar com tudo em uma nova categoria: a dos eSports.

Com mais de 450 milhões de fãs em todo o planeta, dá para entender muito bem porque o mundo dos negócios começou a se interessar pelo universo dos games. Só para ter uma ideia de como esse setor virou uma febre, no ano de 2018 o campeonato mundial de League of Legends (um dos principais jogos on-line) atraiu 200 milhões de espectadores, enquanto a final do futebol americano, o Super Bowl (maior evento esportivo do mundo), bateu “apenas” 99 milhões de pessoas.

Com esse números impressionantes, uma coisa é fato: ignorar esse sucesso todo não é uma opção. Mas será que chegou a hora das marcas investirem nessa tendência também?

O mercado dos eSports no Brasil

Se alguém pensa que os “esportes eletrônicos” são enormes potências apenas na Ásia e nos Estados Unidos, é bom mudar de ideia. Aqui no Brasil, o público dos eSports já passou de 20 milhões de pessoas, o que nos coloca como a terceira maior torcida do mundo – atrás apenas da China e dos EUA. 

E é exatamente essa popularidade que vem transformando os jogos não só em um esporte, mas em um negócio. Hoje, os campeonatos são transmitidos ao vivo por vários canais esportivos do Brasil. Além disso, os atletas tornaram-se estrelas internacionais e as cifras investidas já são dignas de qualquer fenômeno mundial. 

Mas, junto a todos esses fatores, o que mais vem atraindo a atenção das marcas para esse universo é a possibilidade de se comunicar com públicos bastante estratégicos. Aqui no Brasil, por exemplo, o eSports é um dos setores que mais cresce entre a Geração Z, sendo que, atualmente, a parcela que mais acompanha a cena está na faixa etária de 25 a 34 anos (millennials). Esses são dois públicos bastante exigentes quando o assunto é engajamento com as marcas e, por isso mesmo, os jogos podem ser plataformas interessantes na hora de estabelecer um bom relacionamento através de anúncios, promoções e até embalagens.

Entrando no jogo (ainda que com cautela)

Como a explosão dos games ainda é algo, relativamente, recente, falar em garantia de sucesso para as estratégias corporativas pode ser arriscado. É fato que o mercado se apresenta como uma tendência, mas ainda não há muita clareza sobre o que pode dar certo e o que pode dar muito errado.

Contudo, algumas organizações conseguiram entrar com bastante criatividade nesse meio, como a Red Bull (que realiza um torneio internacional próprio do jogo League of Legends, com finais realizadas ao vivo em São Paulo) e a Netshoes (que tem um time de jogadores especialistas no game Fifa e é patrocinadora da equipe em campeonatos nacionais e internacionais).

Já a Miller Lite conseguiu transformar o exterior da sua embalagem de cerveja em um controle de videogame bluetooth. A lata foi desenvolvida para a E3 – uma das principais feiras dedicadas ao universo dos games – e conta com 10 botões e carregamento USB. 

A Fusion Energy Drink foi mais além ainda. Em uma edição especial para homenagear os fãs de Rainbow Six Siege, a empresa codificou dados do game (como mapas, equipamentos e as melhores partidas registradas) em moléculas de DNA microscópicas. Depois, essas partículas foram inseridas no energético da marca, em 1.500 latas que foram distribuídas a jogadores e influenciadores. 

A ideia é que cada pessoa guardasse as embalagens colecionáveis (sem consumir a bebida!) para que, daqui a alguns anos, uma tecnologia ainda não inventada permitisse a leitura de todos os dados armazenados.

Disso tudo, fica a certeza de que o sucesso dos eSports é realmente algo a se prestar atenção. Afinal, além de estarem conquistando muita gente ao redor do mundo, os jogos eletrônicos passaram a fazer sentido para investidores e marcas em função de seu potencial estratégico. Não dá para ficar de fora dessa tendência, concorda?

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