A importância de escolher as cores certas para uma marca
Inspire-se
No nosso artigo sobre branding, explicamos que embalagens podem ser usadas estrategicamente para trazer resultados incríveis para uma empresa. Isso significa que vários detalhes devem ser considerados em relação ao design delas, porque todos são capazes de influenciar a percepção de um consumidor: o formato, a tipografia, a disposição dos elementos gráficos e, claro, as cores.
De acordo com o site We Do Logos, 84,7% das pessoas acreditam que a cor é mais importante que muitos outros fatores ao escolher um produto. Além disso, para 80% delas, as cores aumentam o reconhecimento de uma marca.
Se este aspecto é tão importante, profissionais da área criativa devem ser extremamente precisos na hora de escolher a cor certa para representar os valores de uma organização em seus logotipos e embalagens. No artigo desta semana, daremos algumas dicas nesse sentido!
O poder das cores
Pense em como as pessoas se vestem no dia a dia. Cada uma tem um estilo próprio: algumas são mais discretas e minimalistas, enquanto outras gostam de estampas e cores vibrantes. Tem gente que adora tons frios e gente que prefere seguir uma linha mais retrô. Independentemente da situação, as roupas dizem muito sobre a personalidade de alguém.
A mesma lógica se aplica no caso das marcas e suas embalagens. As cores mostram o que a empresa representa e definem o “estilo” que ela quer passar para seus consumidores. Por isso, quando utilizadas corretamente, elas conseguem fortalecer uma marca e criar uma conexão instantânea com as pessoas.
Basicamente, isso acontece porque cores estimulam áreas específicas do cérebro e produzem resultados variados, dependendo da intenção da empresa. Cada indivíduo reage a elas de maneiras diferentes, mas é possível apostar em algumas coisas, baseando-se em estudos na área da psicologia das cores.
Cores quentes, por exemplo, ajudam a criar apetite e senso de urgência (McDonald’s; Danoninho), e cores frias transmitem segurança, tranquilidade e profissionalismo (Oral-B; Omo). Já o verde é associado à equilíbrio e sustentabilidade (Native; Activia), enquanto o preto passa poder e sofisticação (Diamante Negro; Axe). São várias as possibilidades e combinações possíveis.
Um experimento interessante nessa linha foi realizado pelo cientista Charles Spence. Em 2011, a Coca-Cola mudou sua embalagem para arrecadar fundos para ursos polares ameaçados de extinção. Porém, a campanha não deu muito certo, porque vários consumidores reclamaram que a fórmula da bebida havia sido alterada – o que, de fato, nunca aconteceu. Como explicar essa reação, então? Em seu laboratório, Spence conseguiu mostrar que a cor vermelha da embalagem influenciava o sabor da Coca-Cola, deixando-a mais adocicada. Como a cor branca não produzia esse mesmo efeito, o público estranhou.
Escolhendo a cor certa
Agora que você entende a importância das cores, aqui vão algumas dicas para ter em mente na hora de defini-las para uma marca:
1) Conheça bem os consumidores: quais combinações de cores vão ajudar você a transmitir a mensagem desejada? Uma forma de descobrir isso é estudando bem o público-alvo de um produto para saber suas características, valores e necessidades. Eles são atraídos por algo mais minimalista? Ou preferem um design com cores vibrantes? Como você quer que eles se sintam?
2) Priorize a simplicidade: menos é mais, e isso vale para a quantidade de cores utilizadas em uma estratégia de branding. As principais empresas de sucesso usam apenas uma ou duas cores no seu logotipo para que a mensagem seja absorvida pelo cérebro do consumidor de maneira rápida e fácil.
3) Considere a cultura: cores podem ter diferentes significados em regiões distintas, então é preciso ficar atento a isso na hora de definir uma identidade visual para um produto em outro país. Uma embalagem na cor verde pensada para o mercado do México pode ter bons resultados, já que é uma cor emblemática para a cultura da população. Porém, esse mesmo verde é associado a algo negativo na China: infidelidade no casamento.
4) Analise a competição: uma pesquisa de mercado pode ajudar você a decidir se as cores de uma marca vão competir com outras que vendem produtos na mesma linha ou se é melhor se destacar de alguma maneira. Nesse último caso, não se pode ter medo de arriscar. A Heinz, por exemplo, inovou ao lançar seu tradicional ketchup com diversas cores para atrair o público infantil. A novidade foi um sucesso por tempo limitado, mas acabou vendendo mais de 25 milhões de unidades nos três primeiros anos.
Cores não devem ser escolhidas ao acaso. Em qualquer marca bem-sucedida elas foram cuidadosamente pensadas e testadas para que consumidores pudessem ter a melhor experiência possível ao entrar em contato com elas. Lembre-se disso!