Será que consumidores se lembram do logotipo da sua empresa?

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Se você pedisse aos seus clientes para desenhar o logotipo da sua companhia, consultando apenas a própria memória e usando algumas canetas coloridas, acredita que eles teriam alguma dificuldade para fazer essa reprodução? Você consegue imaginar quais seriam os principais acertos e erros das ilustrações? 

Para entender mais essa relação visual entre marcas e consumidores, a empresa Adler fez uma pesquisa com 100 pessoas do Reino Unido, em que foi solicitado exatamente o exercício proposto no parágrafo acima. Os presentes desenharam logos de marcas europeias bem conhecidas (Aldi, BMW, Cadbury, Lacoste, Lego, Puma, Red Bull, Shell, Spotify e Vodafone) e o resultado gerou diversos insights

Logotipo com texto 

Um ponto interessante do estudo foi a percepção sobre os logotipos combinados (que possuem símbolo e texto). No caso da BMW, por exemplo, 31% dos participantes representaram o logo da fabricante de automóveis sem texto, apenas com o símbolo. Esse percentual foi ainda maior na vez da Lacoste, aumentando para 68%. Além disso, todas as pessoas retrataram o famoso crocodilo da marca, deixando claro que esse elemento é o que mais fica marcado na memória. Confira na imagem, com setas que apontam para os desenhos mais próximos da realidade:

Fonte: ADLER

Com logotipos que dão um destaque grande à tipografia, também foi possível observar alguns resultados curiosos. Para retratar a Cadbury (que é um logo essencialmente tipográfico), 24% dos participantes acrescentaram o desenho de copos derramando um líquido — provavelmente uma memória do chocolate Cadbury Dairy Milk. E 50% escreveram o nome da marca de maneira incorreta (Cadbury’s ou Cadburys). 

Já na representação do logotipo da Lego (que também dá ênfase à tipografia), as pessoas conseguiram ilustrar detalhes importantes com mais precisão e apenas três dos participantes não desenharam o nome da marca com clareza. Apesar disso, as cores não foram lembradas pela maior parte: 82% não incluíram os quatro tons de amarelo, vermelho, branco e preto.

Fonte: ADLER

Como enxergamos as cores

Não foi apenas com a Lego que os consumidores tiveram dificuldades com as cores. Em quase todas as representações, em maior ou menor escala, as pessoas confundiram algumas das cores das empresas, tanto em relação à paleta da marca quanto na associação das cores aos devidos elementos. Com a Aldi, uma das principais redes de supermercados do mundo, esse índice foi bem alto: apenas seis pessoas deixaram o nome da marca em branco, como é no logo. Ao invés disso, 22% coloriram o texto de amarelo.

Por outro lado, os participantes da pesquisa tiveram um melhor desempenho neste tópico ao representar a operadora de celular Vodafone. Quase todos acertaram a paleta da marca, que é composta por branco e vermelho, ainda que nem sempre associada aos elementos corretos.

Fonte: ADLER

Simplicidade x complexidade

Outra questão levantada pelo estudo foi como a dificuldade dos consumidores aumentou à medida que os logotipos se tornaram mais complexos. A Puma, por exemplo, apesar de não ter um logo com muitos elementos, conseguiu confundir as pessoas: 45% desenharam o animal apontando para o lado contrário e 39% esqueceram de colocar o nome da marca. 

Com o logotipo da Red Bull, que possui dois búfalos, um círculo amarelo ao fundo e o nome da marca, isso ficou ainda mais evidente. Esse é um dos logos mais complexos da pesquisa — e isso pode ser percebido através da grande variedade de desenhos. 28% dos participantes erraram ao representar apenas um búfalo e 61% deixaram de incluir o nome da marca.

Fonte: ADLER

Por outro lado, logotipos mais simples, como o do Spotify e o da Shell, tiveram representações mais próximas do real. Os principais problemas dos desenhos têm a ver com as cores e com as linhas, que foram desenhadas em maior ou menor quantidade.

Fonte: ADLER

E aí? Existe algum tipo de logotipo que é mais lembrado do que outros?

A conclusão da pesquisa da Adler é que os logotipos simples funcionam melhor, porque se fixam de forma mais fácil na mente das pessoas. E para endossar esse ponto, há um argumento muito válido: hoje, é possível notar um movimento forte de simplificação no design, que, além dos logotipos, pode ser observado no design de embalagens, por exemplo. 

Mas essa não é uma opinião unânime. Alguns especialistas concordam que um logotipo simples pode não fixar na mente das pessoas de forma muito precisa. E que uma combinação de elementos em um logo mais complexo é interessante justamente porque sua assimilação é demorada, fazendo com que a marca fique por mais tempo no pensamento do consumidor. 

Há muitas discussões nesse sentido, mas, sem dúvidas, o logotipo é um elemento fundamental para as estratégias de branding de uma empresa que busca uma conversa fluida com seu público. Afinal, ele é um dos principais responsáveis por construir um relacionamento mais estreito e transparente com os consumidores.

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