Representatividade: como o design pode colaborar com a sua marca?

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O tema “representatividade” ganha cada vez mais relevância em vários segmentos da nossa sociedade e já vem recebendo também um olhar mais atento das empresas nos últimos anos. Em grande parte, isso se deve às redes sociais, que tem permitido às marcas um contato mais próximo e um diálogo mais aberto com os grupos minoritários — que, via de regra, não se viam adequadamente representados nas mídias digital e off-line

Mas agora que as empresas já deram os primeiros passos — dando lugar à pessoas que antes eram invisibilizadas, como cadeirantes, mulheres negras e deficientes físicos —,  como elas podem ampliar esse entendimento sobre a diversidade? Afinal, essa é a base para que sejam capazes de oferecer ainda mais pluralidade em seus anúncios, produtos e serviços de acordo com padrões reais de beleza e comportamento. 

Entenda como os designers podem contribuir nesse processo e conheça algumas marcas que vem dando bons exemplos!

Qual é o papel do design para o avanço da representatividade?

Para que a representatividade seja, de fato, “abraçada” pelas marcas — e abordada de forma realista, empática e inovadora — é preciso que elas entendam mais profundamente a realidade e visão de mundo do seu público. E, nesse sentido, o design oferece ótimas ferramentas para que as empresas proponham soluções inclusivas.

Pesquisas qualitativas aprofundadas, processos de imersão e abordagens como o Design Thinking são alguns exemplos de técnicas que podem ajudar as marcas nesse processo. Afinal, elas colocam o usuário no centro do processo, de modo que ele ganha espaço para manifestar livremente suas necessidades e interesses.  

Meninas Fortes: cocriação que conquistou um leão em Cannes

Uma das contribuições mais importantes dos designers para a pauta da representatividade é desenvolver processos de criação mais colaborativos, como aconteceu na campanha Meninas Fortes, da Nescau. Desenvolvida por uma consultoria especializada em comunicação com mulheres, o diferencial, nesse caso, foi justamente inserir as pessoas retratadas pela campanha no centro do processo criativo.

Para isso, a consultoria fez um relatório sobre a relação de meninas e mulheres com o esporte e um recorte de gênero em uma pesquisa da Estúdios Ideias sobre crianças e atividades físicas. Assim, os designers conseguiram levantar uma série de pontos de tensão que afastava as meninas dos esportes, como espaços públicos, assédio, relação com o corpo e expectativas dos pais. 

Em seguida, foi realizada uma reunião com mães e pais de meninas, para um workshop de cocriação. O objetivo era entender como a marca poderia incentivar a relação das garotas com o esporte. E, após definirem um caminho, a consultoria fez uma análise de risco das peças de divulgação, para entender possíveis impactos. Veja o vídeo da campanha:

Para desenvolver processos criativos inovadores, é preciso abrir espaços para a pluralidade no ambiente de trabalho.

ThoughtWorks: times diversos para soluções mais inclusivas

As marcas também podem ajudar os designers quando o assunto é representatividade! E uma das formas de se fazer isso é trabalhar com times diversos — que têm visões de mundo diferenciadas — e sensíveis à importância da inclusão, o que traz mais perspectivas e ideias “fora da caixa” para os projetos.

Essa foi a aposta da empresa de tecnologia ThoughtWorks, que desenvolveu ambientes de trabalho para atender pessoas com as mais diferentes necessidades físicas e identidades culturais, oferecendo conforto, usabilidade e senso de pertencimento com a criação de banheiros com gênero neutro, móveis adaptáveis, corredores com circuito de indução para pessoas com deficiência auditiva, espaço para troca de fraldas de bebês e salas de reflexão para funcionários de diferentes crenças.

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Ao trabalhar com equipes múltiplas, os espaços devem ser inclusivos e suprir as necessidades dos usuários

Além disso, para que o tema da representatividade esteja sempre em discussão entre os times da empresa, periodicamente, eça oferece treinamentos, palestras e dinâmicas, em que são tratados diferentes eixos da diversidade, como raça e gênero.

Adobe Stock Premium: a representatividade em imagens 

Para colaborar com um olhar mais cuidadoso dos designers sobre a representatividade e a quebra de estereótipos na publicidade, várias iniciativas vem sendo criadas pelas marcas nos últimos anos. Uma delas foi lançada pela Adobe Stock Premium: o Mulheres InVisíveis, que traz as mulheres para o centro da criação.

O projeto foi desenvolvido em parceria com uma empresa especializada na comunicação com mulheres, e as imagens são da fotógrafa baiana Helen Salomão, que tem como característica um trabalho sensível e natural, capaz de aproximar as fotos da realidade.

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Para contribuir com a diversidade e transformar padrões sociais, é preciso inovar nas ações e trazer o público para o centro das campanhas

Por causa de movimentos como o “Se não me vejo, não compro” — que incentiva a inclusão de pessoas negras em campanhas e produtos —, as marcas hoje estão mais atentas à representatividade. Mas é preciso ir além do discurso e propor ações que realmente dialoguem com a realidade de seus públicos. Nesse sentido, o design tem o papel fundamental de mostrar que o processo pode (e deve!) ser realizado com empatia, curiosidade e métodos colaborativos, contribuindo para uma sociedade mais diversa.

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